E, de repente, percebo que já não me esperam para cantar os
parabéns pelas 15:20, aquela hora que não é nada, nem início de tarde, nem
final de tarde, nem logo a seguir ao almoço. É aquela hora que sempre causa
constrangimento na atividade profissional. Mas é a hora que a professora manda
e pais e mães odedecem para ver os filhos felizes.
De repente, percebo que hoje não terei que ir à hora de
almoço, a correr, sempre a correr, tratar de um bolo que chegue para 22 meninos
e meninas, mais uma fatia para a professora e as 3 ou 4 auxiliares que, também
merecem porque, vá-se lá ver, também cuidam dos nossos meninos, certo?
De repente, percebo que hoje, depois das 15:20, não irei
concluir, uma vez mais, que voaram todas as fatias de bolo porque,
inesperadamente, os meninos e meninas que querem sempre ir para o recreio,
afinal querem repetir a dose e eu, meio sem jeito, não vou dizer que não, e
assim as fatias de bolo não chegarão às mãos das auxiliares, levando-me ao
plano de contingência – caixinha de biscoitos no dia seguinte.
Entre fatias de bolo, um trilião de coisas boas e algumas
centenas que nos fazem lembrar que “os nossos pais é que tinham razão”… 11
maravilhosos (e rápidos) anos passaram.