De regresso a Lisboa. Noite fria e de lua quase cheia.
No Algarve deixei metade da equipa técnica que me acompanhou a Sevilha: o treinador (pai), o treinador-adjunto (mãe), o preparador físico (Tinto) e a nutricionista (Dó). Comigo no carro seguem o massagista (Pedro) e os cheer leaders (Inês e Diogo) que já dormem, tal foi o entusiasmo neste dia que agora termina.
Pressenti que este seria um fim-de-semana memorável e as estrelas, os astros ou o que quer que seja que reja as leis do universo não me defraudaram.
A saia de Sevilhana
Decidi que correria a Maratona de Sevilha no dia seguinte a completar a minha primeira maratona em Amesterdão, em outubro último. E mais. Depois das dezenas de atletas que havia visto a correr mascarados, decidi que em Sevilha seria Sevilhana. E assim foi. Agarrei na minha saia preta de ténis e pedi à minha sogrinha habilidosa para aplicar por cima o típico padrão sevilhano. Ora bem. A saia de ténis, como é sabido, é de lycra. O tecido vermelho com pintas pretas não era extensível. Mas só na véspera da maratona, pelas 23 horas, decidi verificar se estava tudo bem. Não estava. A saia não passava nas ancas. Foi uma luta intensa, sabendo que não tinha trazido mais qualquer equipamento comigo e que aquela hora tudo estaria fechado. Devo ter inventado uma qualquer posição de yoga e a saia lá foi ao lugar. “Amanhã de manhã entro em stress a vestir isto”, pensei eu. “Não a tiro, durmo com ela”, decidi. E deitei-me com a saia de sevilhana vestida. Passados 5 minutos ocorreu-me que não conseguiria estar 15 horas sem usar a “toilette” (a saia de ténis tem calções acoplados, como sabem), pelo que fui lutar novamente com a saia para a retirar. Acabei por adiantar a hora de despertar para garantir que conseguiria correr a maratona. Vestida, claro. E assim foi. Nova luta matinal, mas nem um ponto da costura arrebentou.
O que estás aqui a fazer mascarada, Susana?
Cheguei ao Estádio Olímpico pelas 8 horas, esperando encontrar alguns amigos no Mini-Encontrão do Portugal Running. Ninguém.
Eram já milhares os que aguardavam o início dos 42. Tudo em grande animação, mas… Quantos mascarados? Eu própria. Sério. Acredito ter visto uma cabeleira verde alface algures. Nada mais. Aguardei junto ao gradeamento, com os olhos postos no chão. Não foi fácil suportar sozinha 600.000 olhares na direção da minha saia de sevilhana. O vermelho era mesmo… Choque! “Vais correr assim?”, pergunta um espanhol a sorrir. Respondi com o meu melhor sotaque “Claro!”. Sorrisos, comentários e eu sem um buraco onde me enfiar. “Estou salva”, penso, vendo chegar a Carla André e o Al ao fundo da rua. Corro em direção a eles - a Miss Coragem&Alegria do Portugal Running e o meu querido amigo e padrinho das corridas – e esqueço a saia de sevilhana.
Começam os 42
E assim chega o momento da partida. A meu lado, o Al, as valentes Ana e Sandra que correm a sua primeira maratona, e o Rui, que as acompanhava.
Sol, sem vento e temperatura perfeita para correr. Sigo com o Al ao meu lado, mas ouvindo a minha música. Faz-me acreditar que é ele quem impõe o ritmo, mas eu sei que sou eu quem o obriga a correr a 5’30″ e o atraso. Volta e meia faz-me sinal de alerta. Alguns atletas perguntam se sou sevilhana, comentam que o outfit é “precioso” e outras coisas simpáticas. Ganho confiança! Mais adiante chegamos a zonas mais movimentadas e começam a encher-se de gente. Todos aplaudem, gritam palavras de incentivo, fazem a fiesta. “Venga sevilhana”, “Fuerza Susana (o dorsal tem o nome inscrito)” e “Olé”. Não andarei longe da verdade se disser que os ouvi 2.678 vezes! Até um polícia por quem passei sorriu exclamando “safada”! O que inicialmente pensava ter sido uma má aposta, reverteu a meu favor, recebendo palavras de carinho e incentivo por parte das gentes locais, que apreciavam ver o seu traje típico a correr 42 km pela cidade. Nos abastecimentos, a mesma coisa. Os voluntários deliravam com o meu outfit! Arrepiei várias vezes, confesso. O ambiente que se vivia a isso conduzia.
Cerca do km 16 ouvi “Susana” em tom familiar. Lá estava a minha equipa técnica. Os meus mais-que-tudo. Uma alegria que não cabe neste 1,57 m de gente. Uma lágrima (minto, várias!) no canto do olho. Um beijo a correr na Inês e Diogo e segui caminho, obedecendo às palavras de ordem da minha filhota, que queria que me apressasse para ainda chegar a tempo de subir ao pódio!
Esperava reencontrá-los apenas na meta, mas voltam a surpreender-me de novo aos 30 km, num momento crucial. O do muro, da parede e das coisas que tais. O Diogo olhava-me estupefacto, com aquele olhar que lhe é característico. Nunca me viu correr e certamente terá imaginado que a mãe levava a corrida mais a sério. A legenda para o olhar do meu filho seria algo do tipo “quem é esta lunática, de onde vem e para onde vai”. Novamente energizada – tanto quanto possível depois de 3 horas a correr – segui para os últimos 12 km. Uma vez mais os espanhóis e outros apoiantes não locais foram cruciais para não quebrar. Era impossível não sorrir de este a oeste com tanta palavra de apoio. Doces palavras de apoio!
Foram estas palavras que me levaram até ao fim. Tal como a presença e carinho da minha equipa técnica de elite.
Já não se trata apenas de um vício chamado “serotonina”, “corrida” ou “42k”.
Cruzar aquela meta faz-nos sentir capazes de tudo. Acho que é esse o meu vício.
Hoje não corri com as pernas nem com a cabeça.
Em Sevilha, corri com o coração. E que bem que soube!
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Horóscopo da Corrida
Aqui está ele. O artigo sério sobre corrida por que
todos esperavam.
Há alguns dias, em jeito de brincadeira, dizia
que iria iniciar uma rubrica semanal sobre corrida e assuntos relacionados
intitulada “Conselhos Sábios da Susana”. Eventualmente o assunto terá ficado a
marinar no meu subconsciente, justificando a forma como acordei hoje. Imaginem
a ilustração de um desenho animado que acabou de ter uma ideia. Eram 5h58 e
despertei com uma daquelas lâmpadas amarelinhas incandescentes no canto
superior da cabeça. Direito ou esquerdo, pouco importa. Acordei em modo “Maya”.
Não sou especialista em astrologia mas prevejo que me
vá divertir a redigir este artigo. Científico, claro. A astrologia é a ciência
dos astros, ainda que a comunidade científica entenda que é na realidade uma
pseudociência, já que, até hoje, nenhum astrólogo tenha apresentado evidências
sérias do tipo “dois pi ao quadrado” ou “teorema de pitágoras” relativamente ao
assunto.
Uma coisa é certa. Nunca eu pesquisei tanto para
redigir o que quer que fosse. Tenho junto de mim as minhas anotações e o
resultado da minha intensa prospeção astrológica. Para facilitar o processo,
confesso que tive que dar uma cara aos signos. Por sorte, consegui encontrar
rostos de pessoas que conheço relativamente bem e enquadrá-las em cada um dos
signos do zodíaco. Pessoas que correm. Não revelarei os seus nomes, mas oxalá
se identifiquem.
Mas como é isto dos signos na corrida?
A Astrologia (do grego astron, “astros”,
“estrelas”, “corpos celestes”, e logos, “palavra”, “estudo”) é uma crença
segundo a qual as posições relativas dos corpos celestes podem,
hipoteticamente, influenciar e fornecer informação sobre a personalidade de uma
pessoa, as relações humanas e outros assuntos mundanos.
Posto isto, rapidamente se conclui que a performance
na corrida não dependerá exclusivamente do número de treinos que fazem por
semana, da distância que percorrem ou da velocidade a que o fazem. Nem tão
pouco das bebidas isotónicas ou das barras energéticas que ingerem antes ou
durante o treino.
Está pseudocientificamente provado (!) – a performance
na corrida vai depender da posição dos astros e dos signos do Zodíaco em
relação ao planeta Terra no dia, hora e local onde nasceram. Nada acontece por
acaso. E, vos garanto, não vão querer contrariar o que dizem os corpos
celestes!
Ora então aqui vamos nós!
Carneiro: 21 Março – 20
Abril
Os Arianos são dotados de uma personalidade dinâmica e
puramente energética. São os guerreiros do Zodíaco. Por isso, na corrida, tal
como na vida, a sua maior dificuldade residirá na incapacidade para parar ou
diminuir o ritmo. São pioneiros e entusiastas. Porque o perigo os estimula é
provável que os encontrem a correr fora do alcatrão. Trail running e desníveis
acumulados acima dos 4.000 metros são o tipo de desafio que os apaixona.
São os reis da decisão rápida, pelo que gostam de agir
primeiro e pensar depois. Assim, é natural que se metam em ultra aventuras e,
antes ainda de o desafio ir a meio e acusando algum cansaço, desatarem a
insultar a formiga que se atravessou no caminho.
Os humores dos Arianos são de facto variáveis, mas não
guardam ressentimentos. Desta forma, rapidamente esquecerão a agonia que
sofreram na última prova de 100 km e rapidamente uma nova aventura surgirá para
os propulsionar na senda do futuro.
Elemento: Fogo
Cor: Laranja e vermelho
Saúde na corrida: Por serem um pouco desastrados, é
natural que a lesão ocorra antes da corrida e não a correr. Atenção aos
rebordos e pontas afiadas dos móveis mais baixos.
Desejo secreto: Guiar os outros
Lema de vida: A excitação do momento
Touro: 21 Abril – 20 Maio
A visão deste segundo signo do Zodíaco é muito
prática. É o signo do “terra-a-terra”, centrado sobretudo nos prazeres que se
podem tirar da vida. O desporto em geral é um desses prazeres e a corrida ganha
lugar de destaque. O signo Touro é regido por Vénus, planeta da beleza e do
amor, pelo que adorará correr acompanhado da sua/seu parceira/o.
Geralmente tolerante e estável, poderá eventualmente
tornar-se desconfiado se sentir o terreno a fugir-lhe. Por isso, para não ser
confrontado com surpresas, preparará cuidadosamente cada treino e cada
participação em provas de corrida. De facto, Touro é mesmo assim. Persistente,
consistente e, tudo o que fizer, fará de forma muito séria.
Demora algum tempo a tomar decisões, mas quando o faz
revela muita convicção, acabando sempre por abraçar os desafios mais audazes,
atingindo os objetivos a que se propôs. Correr até à Lua por exemplo. Ele
encontrará seguramente um caminho para lá chegar.
Elemento: Terra
Cor: Azul e branco
Saúde na corrida: Não sabemos como o conseguem, mas
aparentemente nada abala a saúde dos nativos do signo Touro.
Desejo secreto: Encontrar um parceiro/a que partilhe
da sua paixão por corrida
Lema de vida: Segurança financeira, emocional e, pois
claro, a correr.
Gémeos: 21 Maio – 20 Junho
O nativo de Gémeos caracteriza-se por um grande
dinamismo e necessidade de movimento ou desafios constantes. Por outro lado não
gosta de rotinas, pelo que tanto o encontrarão a correr 10 como 32 km.
Por ser um nativo de Ar, tem dificuldade em fixar-se
em objetivos muito rígidos. A corrida é para ser desfrutada e não gosta de a
sentir como uma obrigação. Gosta de viver o presente e não é muito dado a fazer
planos e projetos a longo prazo, pelo que se decidir correr uma maratona, não a
programará para um horizonte de 1 ano. Dois meses serão o suficiente. Por ser
muito impaciente, gosta de correr rápido e não é muito adepto de esperar pelos
outros. Acha que todos devem viver à sua velocidade.
É dono de grande versatilidade, poder de comunicação e
sobretudo de um pensamento muito ativo e impulsionador, pelo que facilmente
assumirá a posição de dinamizador de treinos em grupo, privilegiando o convívio
entre gente que gosta de corrida.
Elemento: Ar
Cor: Azul e rosa
Saúde na corrida: Atenção aos joelhos!
Desejo secreto: Estar à frente da multidão
Lema de vida: Explorar de tudo um pouco
Caranguejo: 21 Junho – 21
Julho
O planeta regente de Caranguejo – Lua – influencia
muitíssimo o comportamento dos seus nativos, levando-os a oscilações de humor e
até comportamentais. Por isso, esteja atento à fase da Lua se decidir fazer um
treino de corrida com algum caranguejo. Poderá encontrá-lo muito deprimido ou
no auge da sua vitalidade.
Mas, ao contrário do crustáceo, os corredores deste
signo só conhecem um sentido – para a frente, que atrás vem gente!
Caranguejo é um signo maternal/paternal por excelência.
Necessita de dar proteção e estabilidade. Por isso, facilmente adotará a figura
de “lebre” numa corrida, disponibilizando-se de imediato para acompanhar um
corredor que se lança na sua primeira maratona.
De natureza sonhadora e emotiva, são um pouco pessimistas
e tendem a sofrer por antecipação. Abraçarão sem medo novos desafios na corrida
– uma ultra distância por exemplo – mas, na partida, os receios antigos de
uma má experiência poderão atormentá-lo. Mas , o que é certo é que, no final,
corre sempre tudo bem!
Elemento: Água
Cor: Preto e azul
Saúde na corrida: Oiçam o corpo quando vos mandar
parar.
Desejo secreto: Sentir-se seguro
Lema de vida: O carinho faz-me bem
Leão: 22 Julho – 22 Agosto
O signo de Leão é regido pelo Sol, o que traz desde
logo uma energia luminosa aos seus nativos, tornando-os bem dispostos e
otimistas. Assim, tal como a vida, encararão a corrida com entusiasmo e
descontração.
A sua “realeza” é notada até mesmo fisicamente, pois
os nativos de Leão geralmente têm um porte altivo. Facilmente amedrontarão
outros atletas mais franzinos.
São ótimos a dar conselhos e dizer-nos o que devemos e
como devemos fazer, por isso aproveite tudo o que os nativos deste signo lhe
transmitirem sobre corrida.
Não são adeptos de planos de treino muito rígidos. Não
vivem em função do min/km e poderão inclusivamente decidir correr uma maratona
uma semana antes da data de realização da prova, sem qualquer preparação
rigorosa. Como são naturalmente conquistadores, também esses desafios serão
superados.
Elemento: Fogo
Cor: Laranja e vermelho
Saúde na corrida: Poderá sofrer de algumas maleitas no
joelho, recuperáveis com o tratamento adequado.
Desejo secreto: Ser uma estrela
Lema de vida: Liderar o caminho
Virgem: 23 Agosto – 22
Setembro
Ora aqui estão os arrumadinhos do Zodíaco.
O nativo Virgem tem natureza prática e responsável.
Gosta de fazer o que está certo e, muitas vezes, o que está certo, está apenas
dentro da sua cabeça. A corrida será assim mais uma das mil coisas certas que
gosta de por em prática.
Sendo um signo de Terra, irá procurar transferir toda
a energia do solo que pisa para o seu corpo, rentabilizando-a da melhor forma
que sabe – correr sem parar, porque “querer é poder”.
Os imprevistos incomodam-no, sendo pouco dado a
mudanças ou imprevistos. Assim, irá planear metodicamente os seus treinos e
preparar atempada e cuidadosamente o seu material antes de uma prova
importante.
Elemento: Terra
Cor: Verde e preto
Saúde na corrida: Como não quer parar de correr,
quando surge um alerta, rapidamente procura e encontra a solução para o
problema.
Desejo secreto: Amar e ser amado
Lema de vida: Fazer o que está certo
Balança: 23 Setembro – 22
Outubro
Os diplomatas do Zodíaco chegaram. Gentis, agradáveis
e suaves.
Os nativos de Balança são pessoas sensíveis,
comunicativas e muito ligadas às relações pessoais. Por isso, quando saem para
correr, preferem fazê-lo acompanhados. Mas, atenção, cinco já são uma multidão!
Sendo um signo do Ar, saberão utilizar muito bem os
seus pulmões na corrida, inspirando e expirando muito sabiamente.
Não suportam ambientes hostis ou onde impere o baixo
nível, pelo que ficarão muito desagradados se porventura forem alvo de cotoveladas
ou apertos por parte de outros atletas mais apressados.
Serão o anfitrião perfeito numa corrida em grupo. A
sua natural aptidão para a harmonia e equilíbrio levá-lo-á a encarregar-se de
atrasar os mais rápidos, para que os mais lentos recuperem e se juntem ao
grupo.
Elemento: Ar
Cor: Preto e branco
Saúde na corrida: Saberá seguramente ouvir os sinais
do corpo.
Desejo secreto: Ser consistente
Lema de vida: Why complicate life?
Escorpião: 23 Outubro – 21
Novembro
Escorpião rima com paixão. É um signo de grande força
interior, pondo grande intensidade em tudo o que faz. Por isso, se o nativo de
escorpião gostar de correr, será daqueles que gosta mesmo muito de correr.
Verdadeiramente apaixonado por corrida. Não há escorpiões que gostem de correr
“assim-assim”.
É muito intuitivo, apercebendo-se antes dos
outros dos desafios e por vezes dos perigos. Por esse motivo, será uma ótima
companhia para os corredores que desejem iniciar-se numa nova aventura – correr
na selva, por exemplo -, mas receiem fazê-lo. O corredor escorpião estará
atento por si, fique tranquilo.
Por ser um signo de Água, precisa desmesuradamente
dela para chegar ao fim de cada corrida. Hidratação é a palavra que mais
estima. Não lhe negue água se não quiser vê-lo enfurecido.
Elemento: Água
Cor: Todas, embora não delire com amarelo
Saúde na corrida: Hidrate-se enquanto corre.
Desejo secreto: Sobreviver contra todas as
adversidades
Lema de vida: Vencer
Sagitário: 22 Novembro –
21 Dezembro
Os otimistas do Zodíaco são uma companhia maravilhosa
para correr. Serão aqueles que a todo o momento gritarão “força, tu
consegues!”.
O Sagitário tem uma natureza generosa, podendo
considerar-se um individuo ou uma personalidade “sem barreiras”. Por isso, e
também na corrida, dificilmente ficará bloqueado perante um obstáculo.
A liberdade é o seu oxigénio, pelo que adora correr
fora de estrada.
Não aceita nenhum tipo de pressão, mas não é, de forma
alguma, indisciplinado. Quando se propõe alcançar uma meta, trabalha afincadamente.
Característica válida também na corrida, a partir do momento em que se propõe
correr mais longe ou mais rápido.
O seu maior inimigo é o tédio, pelo que no seu plano
de treinos encontraremos percursos espalhados “por toda a parte”.
Elemento: Fogo
Cor: Laranja
Saúde na corrida: Quando o corpo der algum sinal de
alerta, seja otimista, mas dê-lhe ouvidos.
Desejo secreto: Fazer a diferença no mundo
Lema de vida: Viver uma boa vida
Capricórnio: 22 Dezembro –
20 Janeiro
Capricórnio é um signo da Terra regido por Saturno,
tornando-o responsável, calmo, bondoso e com sentido prático. Por isso,
dificilmente o encontrará nervoso ou ansioso antes de uma corrida, por mais
duro que seja o desafio a que se propõe.
Conseguem viver com muito pouco, ainda que gostem
verdadeiramente do belo. Daí apreciarem desafios fora de estrada, onde o
conforto não impera mas a beleza abunda. Montanha, vales, planícies e praias
serão seguramente os seus locais de eleição para correr.
Porque gostam de ser admirados e sentir orgulho nos
seus feitos, é provável que tentem ser os melhores na corrida. Assim, vão
somando desafios alcançados atrás de desafios ultrapassados. Não conhecem o
limite.
Elemento: Terra
Cor: Preto e laranja
Saúde na corrida: Atenção às fascites plantares.
Desejo secreto: Sentir orgulho nos objetivos
alcançados
Lema de vida: Ser admirado pela família, pelos amigos
e pelo mundo
Aquário: 21 Janeiro – 19
Fevereiro
Aquário é signo de Ar, regido por Úrano, tornando os
seus nativos permanentemente interessados no mundo das ideias, sobretudo nas
que são novas e inesperadas. Esta característica é também extensível às
corridas, sendo que estarão sempre prontos para abraçar novos objetivos.
Vivem voltados para o futuro, pelo que é natural que
os encontremos sempre a planear o próximo desafio, a próxima corrida.
Os nativos de Escorpião adorarão correr com os
Aquarianos, pois assim garantirão a tão desejada e necessária hidratação.
Porque querem viver experiências que ninguém mais
viveu, facilmente se aventurarão numa corrida pelo Mundo.
Os Aquarianos são muito independentes e ciosos da sua
liberdade, pelo que tenderão a planear as suas corridas pensando unicamente nos
objetivos que se propõem alcançar. Se alguém se decidir juntar, será sempre
bem-vindo, pois têm um enorme sentido de amizade.
Elemento: Ar
Cor: Preto e branco
Saúde na corrida: Não se esqueça dos alongamentos
depois da corrida!
Desejo secreto: Perceber os mistérios da vida
Lema de vida: Ser único e original
Peixes: 20 Fevereiro – 20
Março
São o último signo do Zodíaco e resultam de uma
mistura de todos os outros. Uma confusão, portanto.
Os nativos de Peixes pertencem ao elemento Água e são
regidos por Neptuno, o que os torna emotivos, recetivos, inibidos mas com uma
grande capacidade de evasão, ou seja, de mergulho nas suas águas – as mais
profundas do Zodíaco.
Na corrida, tal como na vida, são sonhadores e misteriosos.
Correm aqui, ali, em qualquer lugar. De manhã, à noite, pela tarde, quando
calhar.
De uma maneira geral, os nativos de Peixes são
nervosos. Talvez por isso procurem na corrida um escape e corram
desenfreadamente. Até estoirar.
Serão ótima companhia para conversar antes ou depois
de uma corridinha. Se não for nativo de Peixes, esqueça. Esta não é a companhia
que procura para correr. Dificilmente o alcançará. Fugidios e escorregadios… E
a corrida não é exceção.
Elemento: Água
Cor: Azul e branco
Ténis: O que calhar
Saúde na corrida: “No pain, no gain” é a sua máxima,
pelo que dificilmente alguma lesão o fará parar.
Desejo secreto: Viver a sonhar e tornar as fantasias
em realidade
Lema de vida: Evitar sentir-se só, procurando a
ligação com os outros
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Correndo em busca de sorrisos
Depois do delírio dos Abutres voltei ao alcatrão. Estou num processo de contagem decrescente para a reforma de “provas de estrada”, a qual conhecerá o seu início depois dos 42 em Sevilha.
A minha curta experiência nas corridas já me permitiu fazer duas modestas “internacionalizações”: Amesterdão e Madrid. Quer numa, quer noutra, corri deliciada com as borboletas, fadas, bailarinas, power-rangers, he-man e outros super-heróis que se iam cruzando no meu caminho. Acreditem, os holandeses e espanhóis só podem levar a corrida muito a sério. Talvez por isso tenha desejado encarar os 20 km de Cascais com outra… Atitude. Acresce o facto de vivermos a época carnavalesca, ainda que, de Carnaval pouco se tenha ouvido falar este ano.
Pensava encontrar mais gente mascarada. Não sucedeu. Eventualmente a prova de ontem tenha refletido a forma como o povo português vai encarando estes dias que vivemos. Não estamos contentes. Ponto final.
No dia anterior havia lido um texto de um amigo que relatava uma história muito triste e profundamente tocante de uma mãe que, na impossibilidade de oferecer o que fosse aos seus dois filhos, havia feito pulseiras e arranjado um sorteio do relógio de parede da sua sala através da venda de rifas. Tudo feito de forma muito “honesta, sem lágrimas ou auto-comiseração”. Quando acabei de ler estas palavras pensei “nem tenho coragem de me mascarar amanhã”. Mas, o que é certo, é que no domingo acordei com outro ânimo e com vontade de contrariar os olhos tristes, ainda que sem lágrimas, que por aí andam. Assim, apoderada do mais requintado equipamento técnico que existe – disfarce de pirata – lá fui eu apreciar o que de melhor Cascais tem para oferecer – aquele percurso ladeado por mar, rocha, areia e, claro, a serra ao fundo.
O disfarce de pirata não me tornou mais rápida. Desejei por momentos ter a minha caravela, aproveitando aquele vento e navegar à bolina. Mas, se o que pretendia era roubar sorrisos, então o objetivo foi alcançado. Várias crianças que passeavam por ali sorriram vendo uma pirata a correr.
Ainda me cruzei com um super-homem e entusiasmei-me com os 10 metros que corri à sua frente. Mas, rapidamente fez uso da sua capa e nunca mais o vi. De toda a forma, hoje posso dizer com orgulho que corri com o super-homem!
E… Falando em sorrisos…
No próximo domingo decorrerá uma corrida solidária. Um grupo de voluntários apaixonado por corrida associou-se à Padaria Portuguesa, numa mega-ação para ajudar a Casa Mão Amiga, a qual acolhe crianças e jovens em situação de risco social. O valor da inscrição reverte na totalidade a favor daquela instituição, sendo que o número de inscritos já ultrapassa as duas centenas.
Venham muitas mais iniciativas desta natureza. Espalharemos sorrisos, acarinharemos uma causa e, quem sabe, adie a minha reforma das provas de estrada.
Desejos de uma ótima semana!
A minha curta experiência nas corridas já me permitiu fazer duas modestas “internacionalizações”: Amesterdão e Madrid. Quer numa, quer noutra, corri deliciada com as borboletas, fadas, bailarinas, power-rangers, he-man e outros super-heróis que se iam cruzando no meu caminho. Acreditem, os holandeses e espanhóis só podem levar a corrida muito a sério. Talvez por isso tenha desejado encarar os 20 km de Cascais com outra… Atitude. Acresce o facto de vivermos a época carnavalesca, ainda que, de Carnaval pouco se tenha ouvido falar este ano.
Pensava encontrar mais gente mascarada. Não sucedeu. Eventualmente a prova de ontem tenha refletido a forma como o povo português vai encarando estes dias que vivemos. Não estamos contentes. Ponto final.
No dia anterior havia lido um texto de um amigo que relatava uma história muito triste e profundamente tocante de uma mãe que, na impossibilidade de oferecer o que fosse aos seus dois filhos, havia feito pulseiras e arranjado um sorteio do relógio de parede da sua sala através da venda de rifas. Tudo feito de forma muito “honesta, sem lágrimas ou auto-comiseração”. Quando acabei de ler estas palavras pensei “nem tenho coragem de me mascarar amanhã”. Mas, o que é certo, é que no domingo acordei com outro ânimo e com vontade de contrariar os olhos tristes, ainda que sem lágrimas, que por aí andam. Assim, apoderada do mais requintado equipamento técnico que existe – disfarce de pirata – lá fui eu apreciar o que de melhor Cascais tem para oferecer – aquele percurso ladeado por mar, rocha, areia e, claro, a serra ao fundo.
O disfarce de pirata não me tornou mais rápida. Desejei por momentos ter a minha caravela, aproveitando aquele vento e navegar à bolina. Mas, se o que pretendia era roubar sorrisos, então o objetivo foi alcançado. Várias crianças que passeavam por ali sorriram vendo uma pirata a correr.
Ainda me cruzei com um super-homem e entusiasmei-me com os 10 metros que corri à sua frente. Mas, rapidamente fez uso da sua capa e nunca mais o vi. De toda a forma, hoje posso dizer com orgulho que corri com o super-homem!
E… Falando em sorrisos…
No próximo domingo decorrerá uma corrida solidária. Um grupo de voluntários apaixonado por corrida associou-se à Padaria Portuguesa, numa mega-ação para ajudar a Casa Mão Amiga, a qual acolhe crianças e jovens em situação de risco social. O valor da inscrição reverte na totalidade a favor daquela instituição, sendo que o número de inscritos já ultrapassa as duas centenas.
Venham muitas mais iniciativas desta natureza. Espalharemos sorrisos, acarinharemos uma causa e, quem sabe, adie a minha reforma das provas de estrada.
Desejos de uma ótima semana!
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Pombos, Yoga e Cia
Nada como as experiências de vida para nos obrigarmos a apreciar o mundo com outros olhos. Adquirirmos novas perspetivas.
Eu odiava pombos. Os pombos sujam tudo. E estão por toda a parte. Por duas vezes na minha vida estive no local e hora erradas aquando da passagem de um pombo. Eu odiava verdadeiramente pombos. Hoje gosto deles. Sorrio para eles. Até os cumprimento dizendo “olá pombos, bom dia, como estão?”.
Há cerca de três meses lesionei-me. Uma lesão no músculo tensor da fáscia lata obrigou-me a parar de correr. Fiquei danada. Aparentemente o problema terá surgido por falta de alongamentos. Na realidade, uma mistura de corrida em excesso aliada a défice de alongamentos. Desatei a alongar amadoramente. Depois veio o yoga. E a pigeon pose. Na versão original, Eka Pada Rajakapotasana. Quem não conhece, a foto dá uma ideia. Por consideração à secção masculina, selecionei uma miúda gira. Esta é uma das versões. Há diversas variantes. Bem mais duras por sinal.
Se correm, acreditem, vão querer fazer isto quando chegarem a casa. O tensor da fáscia lata e muitos outros tendões e tendõezinhos vão adorar. Se não correm, vão também querer ser pombos por uns minutos.
Descobri entretanto que não estou só neste amor pelos pombos. Casualmente, encontrei este artigo (leiam), que corrobora tudo o que escrevi acima e explica, de forma sustentada, o motivo porque a “pigeon pose” nos faz tão bem.
Um verdadeiro love affair!
Eu odiava pombos. Os pombos sujam tudo. E estão por toda a parte. Por duas vezes na minha vida estive no local e hora erradas aquando da passagem de um pombo. Eu odiava verdadeiramente pombos. Hoje gosto deles. Sorrio para eles. Até os cumprimento dizendo “olá pombos, bom dia, como estão?”.
Há cerca de três meses lesionei-me. Uma lesão no músculo tensor da fáscia lata obrigou-me a parar de correr. Fiquei danada. Aparentemente o problema terá surgido por falta de alongamentos. Na realidade, uma mistura de corrida em excesso aliada a défice de alongamentos. Desatei a alongar amadoramente. Depois veio o yoga. E a pigeon pose. Na versão original, Eka Pada Rajakapotasana. Quem não conhece, a foto dá uma ideia. Por consideração à secção masculina, selecionei uma miúda gira. Esta é uma das versões. Há diversas variantes. Bem mais duras por sinal.
Se correm, acreditem, vão querer fazer isto quando chegarem a casa. O tensor da fáscia lata e muitos outros tendões e tendõezinhos vão adorar. Se não correm, vão também querer ser pombos por uns minutos.
Descobri entretanto que não estou só neste amor pelos pombos. Casualmente, encontrei este artigo (leiam), que corrobora tudo o que escrevi acima e explica, de forma sustentada, o motivo porque a “pigeon pose” nos faz tão bem.
Um verdadeiro love affair!
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