terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A pensar na Lousã




Não sei o que me apetece mais... se ir buscar o par deste, se comer as maravilhosas bifanas no pavilhão.

Uma coisa é certa. O local para se estar no sábado é a... Lousã.

A 5 dias, tempo para recordar a experiência abútrica de 2014: Abutres para Totós

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Bai miúda feliz boando



Na dúbida, leba. Repito. Na dúbida, leba o traje típico da região onde bais correr.
É certo que inicialmente te olharão de soslaio, mas depois... depois concluirás que sabe bem "pertencer à terra" onde corres. "Olhá minhota"! "Força bianense"! "A minhota mai linda de Portugal" (a sinhôra foi muito simpática, mas é claramente míope)! Oubirás isto e muito mais. E desta forma também correrás mais, te garanto.

Corri a minha primeira meia-maratona em setembro de 2011, na nossa capital. Tinha dado os primeiros passos na corrida cerca de 6 meses antes. Na altura demorei 2h17 para chegar à meta e achei que era a maior do mundo. Também achei que dificilmente recuperaria das dores musculares que a "proeza" me havia deixado. Mas recuperei. Recuperei e continuei a correr.

Um ano depois, 2012 portanto, corri a minha primeira maratona. Em Amesterdão vi meninas-borboleta e corredores mascarados de super-heróis. No momento em que passei a barreira dos 32, mais coisa, menos coisa, decidi que correria mascarada na maratona seguinte. E assim foi. Cinco meses depois, lá estava em Sevilha, pronta para correr 42 km usando uma saia de Sevilhana.

Creio que foi das mais sábias ideias que tive em todo o meu percurso de corredora (aquela que corre, portanto). Quatro horas e dois minutos depois cortava a meta ao "sabor" das palavras de incentivo dos verdadeiros Sevilhanos e Sevilhanas. Acredito verdadeiramente que aquela saia vermelha pontuada de bolinhas pretas fez a diferença.

Isto explica porque corri com lenço e brincos de Minhota na Meia Maratona Manuela Machado, em Viana do Castelo, no domingo passado. Quis, uma vez mais, "pertencer à terra".

Depois de uma lesão que me "atirou para canto", preguiça à mistura, zanga com a corrida e outras razões desconhecidas, regressei no domingo. E vinha animada por estar de volta.

No bolso, que curiosamente não tinha, não levava o desejo de bater o meu melhor tempo na distância, que guardo no Douro Vinhateiro. Não poderia ousar ambicionar tal coisa, atendendo à baixa forma em que me encontro e da qual me vou libertando aos poucos. Levava sim, o desejo secreto de correr com prazer, algo que não sucedia há muito.

Bai miúda feliz boando... boando tanto quanto pude. Certo é que não me recordo da última vez em que corri 21,198 km como corri no domingo. A chuva miudinha e a temperatura fresca ajudaram. Ajudaram também os sorrisos e palavras de incentivo de amigos, conhecidos e desconhecidos à corredora de lenço de Minhota em substituição do tradicional buff.

Se estou feliz? Claro que estou. Feliz por ter feito sorrir as gentes minhotas. Feliz por ter corrido sem sirenes e outros sinais de alarme do corpo. Feliz por ter feito as pazes com a corrida. Porque ela merece. Tem-me dado mais ela a mim, do que o inverso.

A corrida, como a vida, é assim mesmo. Por vezes é necessário o afastamento para sentir saudades. Só por isto, Biana ficou no coração. As deliciosas bolas de berlim do Zé Natário também o ficaram. No coração e nas coxas.

Bemo-nos na saudosa Lousã. Veijinhos!