domingo, 26 de março de 2017

Vicente, o fim do caminho e da Algarviana


Km 300. A meta (ou o início de qualquer outra coisa), no fim da terra!

Há 1 ano (sim, 1 ano) pisei o km 0 da Via Algarviana em Alcoutim. Hoje, no mesmo dia, mas 1 ano depois, cheguei ao Cabo de São Vicente. Foram precisas 55 horas, distribuídas por 11 dias, para aqui chegar.

Esta aventura nada tem de mérito desportivo: o Algarviana Ultra Trail receberá em novembro próximo 60 atletas que se proporão fazê-la, sem interrupções, num tempo máximo de 72 horas - estes atletas sim, terão por que se orgulhar (mas eu cheguei primeiro!).

Esta aventura também não é o pagamento de qualquer promessa ao mártir São Vicente que, por ter recusado oferecer sacrifícios aos deuses durante a perseguição aos cristãos, acabou por ser morto e mais tarde trasladado para o Promontorium Sacrum, onde agora me encontro: já paguei todas as promessas feitas e, ao contrário dos políticos, faço poucas.


Esta aventura é sim a concretização de um desejo pessoal, que há muito procurava: eu e o trilho, num canto do País que tanto gosto, numa serra que percorri de lés-a-lés e que tão bonitas vistas, cheiros, sons (silêncio também) e motivos para sorrisos (alguns “ais”) me ofereceu.


Em boa verdade, e fora do contexto das caminhadas ou corridas, há dias ouvi algo que traduz na perfeição o que foi esta minha Via Algarviana: “Sometimes it’s not about how far can I go, but about how yummie can I make it”. E foi isso que foi este longo (e demorado) passeio. Muito yummie!


Tempo agora para arrumar as sapatilhas e as ideias também - em breve sairão meia dúzia de linhas sobre esta aventura de 11 dias num ano. Porque não vivo sem palavras escritas.



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