sexta-feira, 19 de julho de 2013

Almourol de pernas para o ar

Já lá vai quase uma semana.
Confesso que não havia previsto escrever nada sobre a experiência "Kayak Trail do Tejo".
Escrevi duas linhas no domingo, já a caminho de Lisboa e decidi "ficar por aí". Não porque o memorável evento não o merecesse, mas simplesmente porque haveria quem escrevesse e eu, claramente, ando a abusar das palavras. Não quero cansar os meus fiéis l...
eitores.

Então, porque escrevo agora?!
 

A semana foi passando e várias coisas aconteceram.
A Ana (e perdoa-me a inconfidência, querida amiga), enviou uma mensagem a perguntar como se voltava atrás nos dias, até domingo, em Constância. Respondi-lhe que iria tratar de procurar a máquina do tempo. Desculpa, ainda não a encontrei. Bem que precisava dela. Não só para reviver aquele dia, mas para fazer algumas coisas de forma diferente. Algo que todos desejamos, creio. A história do "não me arrependo de nada do que faço" só fica bem como grafitti nas paredes.
Dei-me também conta de que o Kayak Trail do Tejo foi o primeiro evento onde participaram os 4 amigos da equipa +kms, desde a sua constituição, nos Trilhos do Pastor - eu própria, a Marta, o Pedro e o Ricardo.
Depois veio a reportagem fotográfica do Ricardo e o filme do Pedro, que guardarei como verdadeiras preciosidades no meu baú de memórias.
Entretanto, apercebo-me também que o meu parceiro de equipa, o Pedro, coloca uma foto de ambos a cortar a meta como foto de capa do FB. Adoro essa foto confesso. E o gesto sensibilizou-me. Não sei se somos a equipa perfeita na medida em que há um forte desequilíbrio em matéria de velocidade e destreza na corrida, mas que o somos no tema "loucura e galhofa", não tenho dúvidas de que o somos.
E, finalmente, há cerca de uma hora atrás, recebi uma mensagem de um dos elementos da organização que reclamava comigo por não ter havido um relato do evento.
Por detrás do Kayak Trail do Tejo esteve um casal que muito admiro. Um daqueles casais que arrumamos nas nossas referências e prateleiras do "gosto muito". A Otília e o José.
Juntei todas estas peças e decidi pôr os "dedos-à-obra".

Meter água!


Como disse no domingo passado, não foi preciso pesquisar o que significava "Almourol".
Havia feito essa pesquisa a 8 de abril, aquando dos Trilhos do Almourol, tendo descoberto que significa "Curva do Rio".
A prova (prefiro chamá-la de convívio) começou com a descida do rio em kayak, ao longo de 7 km.
E a equipa "kayakaofundo" superou-a com sucesso, sem ir ao fundo e revelando o espírito estratega do Pedro que, nos momentos em que o kayak passava em zonas onde o nível da água era muito baixo, fazendo com que a embarcação raspasse no fundo, ordenava que me mantivesse sossegada e sentada, saindo para a empurrar e depois rapidamente entrar, dizendo que me adiantasse nas remadas!
Ainda assim ficámos atrás dos outros dois +kms, Marta e Ricardo. Penso que não por falta de destreza nossa, mas porque insistimos em selecionar o penúltimo kayak daquela fila perfeitamente alinhada e colorida com que fomos presenteados. E, porque queríamos o kayak azul, perdemos umas dezenas de metros face aos primeiros!

Corrida... a minha "praia" ou coisa parecida!


Chegados a Tancos havia que regressar a Constância. A correr!
Antes de começar, um SMS ao meu pai, a quem havia prometido um aviso do tipo "está tudo bem", quando concluísse o segmento "kayak". Nunca deixarei se ser a filhinha-do-papá, está visto. Fui gozada pelos amigos, claro... e eu com isso!
Demorei um pouco a entrar no ritmo da corrida, escapou-nos uma fita e já seguíamos disparados quando o alentejano do costume nos foi repescar!
Já no trilho certo, somos confrontados com a primeira linha de água. Pouco apetecível, confesso. Demasiada lama à mistura. Estiquei-me o mais que pude para tentar manter a água ao nível dos joelhos. Os outros atletas levavam-na pelos tornozelos, claro.
Quando dou conta, verifico que estamos a percorrer o percurso dos Trilhos do Almourol ao contrário. "De pernas para o ar", como lhe chamei. E adorei.
Obtemos uma perspetiva muito melhor do rio e o enquadramento do Castelo de Almourol, por onde já havíamos passado bem perto de kayak, ganhou uma beleza imensurável!
Os organizadores haviam prometido surpresas e elas não tardaram. Surgem os primeiros metros de areia. Uma fotógrafa estrategicamente colocada avisa-nos que temos a praia lá em baixo, mas que não é vigiada. Eu e o Pedro dirigimo-nos em direção à água e entramos rio adentro. Não querendo atrasar o meu parceiro, refresco apenas as pernas. Segundos depois vejo o Pedro mergulhar e... não resisto! Banho!
Voltamos à areia. Saímos da areia para subir e descer uns trilhos mais. E... contra todas as expectativas, mandam-nos de novo para a areia. E desta vez é mesmo a sério. Uma longa extensão de areia fofa. Fofa mas pouco fofinha, é certo. "Ora aqui está o meu treino específico para a UMA", penso.
Avistamos a meta do lado de lá. A Marta, a Ana, o Ricardo e o José acenam-nos. Só nos falta atravessar a ponte, mas ainda teremos que subir o morro para lá chegar. A corrente do rio é forte. Agarramo-nos à margem e... splash! Mais um refresh!
Antes da meta sai um "high five" e uma qualquer dança cujo nome desconheço. Fomos uma grande equipa!

Gerberas, bifanas e trufas de chocolate


Lá estavam elas, na meta, a gerberas de que tanto gosto! Tal qual nos Trilhos do Almourol. Obrigada!
Depois de mais um banho refrescante no rio, seguimos para o almoço em modo "assa tu". Assas tu, asso eu, assamos todos. Assam as bifanas, mas também assamos nós junto às brasas!
Vejo a Anabela à sombrinha e junto-me à festa.
Para fechar, as sobremesas levadas pelos participantes. O meu contributo... as trufas do costume. Parece que estavam boas.
Mas melhor estiveram as mais de 50 equipas participantes, os acompanhantes e todos os que trabalharam e montaram este brilhante evento que celebrou o espírito do desporto e amizade...
Nas margens do rio Tejo nos sentámos e rimos que nos fartámos!

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