Batom ou bâtons?
Sim, leram bem. Eu escrevi batom. Não escrevi “bâtons” (à la française) ou bastões (à la portugaise)!…
Gostam do vermelho forte do batom “Moulin Rouge”? Então podem continuar a ler. Caso não tenham qualquer gosto particular pela cor ou produto, convido-os a desistir. Ou eventualmente ficar mais um pouco. Quem sabe estas palavras vos possam vir a ser úteis. De toda a forma, este texto tem um foco muito particular. Miúdas. E graúdas também. Por isso, escreverei para elas.
Ainda estão aí? Eu sabia que os homens iriam ficar. Ainda assim, continuarei a escrever para elas.
A primavera a chegar… e a seguir… O verão!
Eventualmente ainda não se terão dado conta, mas os dois primeiros meses do ano já passaram. O tempo voa efetivamente e, não tarda, estarão a acordar de manhã cedo, desejando colocar os pezinhos descalços na areia quente. E, quando esse dia chegar… Já sabemos. Vão protestar com o espelho e com o bikini do ano passado, que terá tido a ousadia de encolher durante o outono e inverno, enquanto repousava candidamente na gaveta do roupeiro. Fiquem atentas porque vão querer saber mais sobre o que a Sofia Novais de Paula e o José Guimarães prepararam, pensando nesse dia e no vosso bikini.
Correr pode ser tão divertido quanto delinear cuidadosamente o batom. Não sei se correr com bastões é divertido – nunca experimentei -, mas correr, com ou sem batom, vos garanto, é das melhores coisas que nos podemos oferecer a nós próprias. De resto, atrevo-me a dizer que é muito mais fácil correr do que não esborratar o batom no processo de maquilhagem matinal.
Já não sou miúda, é certo, mas às vezes gosto de pensar que sim. Talvez a corrida me tenha tornado mais nova. Diz-se por aí que a corrida acelera o metabolismo. Por ser uma atividade de alto impacto, envelhece mais rapidamente quem corre. Teorias há muitas. Seja como for, prefiro chegar mais depressa a velhinha, mas sentindo-me bem, do que o contrário.
O tempo, “ai e tal”, não tenho tempo…
Sou mãe de duas crianças pequenas. Por isso não se atrevam a dizer “ai e tal, não tenho tempo”. Trabalho a tempo inteiro. Mais uma vez vos digo. Ter trabalho (e remunerado) é coisa de gente com sorte, por isso nada de desculpas.
Comecei a correr há cerca de 2 anos. Não tinha relógio nem marcas no piso, mas devo ter corrido cerca de 4 km. Não foi divertido. A sério. Não teve qualquer graça. Ainda assim, não parei. Dois dias depois repeti a dose. E outros dois dias depois. E assim sucessivamente. Entretanto já lá vão cerca de 800 dias. Não andarei longe da verdade se vos disser que, em 500 deles, calcei os ténis e fui correr. Por aqui, por ali, por onde calhou.
Adquiri um relógio ”xpto” um ano depois de ter começado a correr. Ainda não completou 365 dias de vida e diz-me que já queimei 61.118 kcal nas minhas corridas. Ora se não tivesse corrido, onde as teria guardado? Pensem nisso. As calorias não são aqueles “bichinhos que dormem nos nossos armários e, durante a noite, encolhem as nossas roupas”. A caloria é uma unidade de medida de energia. Logo, caloria é energia.
Não sou muito dada a química e física, mas é fácil concluir que não nos fará bem acumular tanta energia. Há que a queimar. O corpo e a mente irão decerto agradecer. Queimem-na como quiserem. Eu sugiro que o façam correndo. Em média, numa corrida leve de 8 km – nada de pressas – queimamos 400 kcal. Ora agora sim – serão menos 400 bichinhos a povoar e a conviver no nosso organismo, roubando o espaço que tantas outras coisas boas merecem.
Anda tudo louco ou isto da corrida é mesmo bom?!
Estéticas e calorias à parte, já se interrogaram porque anda meio mundo a correr desvairadamente pelas ruas desta cidade? As mensalidades dos ginásios não encaixam no orçamento, é certo, mas… Será só isso? E… Já ouviram porventura algum desses desvairados dizer que começou a correr mas depois desistiu? A corrida liberta muito mais do que gotinhas de suor, acreditem. Se não constava da vossa lista de resoluções para 2013, vão seguramente querer fazer um upgrade. Fiquem atentas. Está na hora. Vão começar a correr.
Para terminar, reproduzo algumas palavras que encontrei num excelente artigo sobre corrida do jornal “O Expresso”, publicado em setembro de 2012. Está tudo lá. Na altura, a poucas semanas de partir em busca dos meus primeiros 42.195 metros, sublinhei todos os testemunhos que me tocaram. De mães, de pais, de profissionais. Gente comum, gente da ribalta. Mas tudo gente que corre. “É uma espécie de higiene pessoal, uma disciplina de que não abdicam, e que encaixam acrobaticamente em horários blindados”. “Não posso negar que sou viciado na corrida”. “Viajar para correr passou a ser um ritual”. “Preciso é de música de carrinhos de choque”. “E é mais barato do que ir ao psicólogo ou comprar sapatos”. “Como uma praia em Porto Santo, sem uma única pegada antes de eu passar”. “Aquilo que outros encontram na meditação ou na fé, eu encontrei na corrida”. “Sempre corri sozinho. Para mim é um ato intimista. Completo-me desta maneira”. “Quando corro sozinha resolvo imensos problemas”. “O meu marido não me acompanha, mas respeita a minha necessidade de correr. Ele acha que para percorrer 42 km existem os carros”. “Dá para ter uma progressão muito rápida, e isso é motivador. Isto entranha-se”.
Acreditem. Nós, os que corremos, não somos uns desvairados. Somos uns afortunados porque já descobrimos o quanto a corrida nos faz bem.
Toma nota: começas a correr já no próximo domingo!
Prontas para começar?
O tiro de partida para a vossa admirável nova vida é já no dia 17 de março (nada de planos a longo prazo – começa já!), com partida na ACADEMIA em Santos, pelas 9h00, na companhia da Sofia e do José!
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