A foto de domingo era mesmo do Douro. Está um pouco torta porque também eu o estava depois de dormir pouco mais de 4 horas no carro.
Acho que ando a fazer as coisas certas no tempo errado. Ou as coisas erradas no tempo certo. Seja como for, alguma coisa está errada. Mas há qualquer coisa certa também.
A aventura chamou-se Trail do Douro e Paiva. Anunciaram 30 km, terminámos com 34. O problema... o problema é que era preciso subir muito para se chegar à meta. Muito mesmo.
Algures depois do segundo abastecimento, seguia num ritmo verdadeiramente estonteante (7 min/km, por aí) e pensei… “hoje vai correr bem”. Cem metros adiante cruzo-me com um velhote, coxo, de muletas. “A menina a correr assim não chega lá nem amanhã”, disse-me. Repito. O senhor era velho, coxo, usava muletas e teve a ousadia de sugerir que eu corria muito devagar.
Fiz cara feia. Mentirinha. Fiz um lindo sorriso. Um sorriso que ganharia o prémio de sorriso menos genuíno do ano. E ainda só vamos em julho.Uma vezes gostei, outras vezes gostei muito (meteu e meti muita água), outras vezes não gostei (e proferi orgulhosamente palavras feias).
Corri, caminhei. Fui subindo nas subidas. Fui descendo nas descidas. Comi melancia. Bebi coca-cola. Perfeito.Na meta, em Cinfães, muitos aplausos e palavras de incentivo. De quem acabou antes. De quem fez a prova maior. De quem fez a minha prova. De quem nem sequer correu e acha que somos uns verdadeiros heróis.Às vezes acredito que sim. Que são. Que somos.
Não precisamos da corrida para o sermos. Precisamos de fazer qualquer coisa que custe um pedacinho e no fim conquistar a medalha do sentimento de superação.
Vitória, vitória (acabou-se a história)!
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