quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Luzes de Natal em Lisboa

Hoje troquei a montanha pela cidade. Verdadeiramente pela cidade.
Fui à procura dos cheiros, das buzinas, dos semáforos.
Arranquei do Campo Pequeno, corri pela Avenida da República, apeteceu-me um hambúrguer com cebola confitada no Galeto, cheguei ao Saldanha. Desci depois a Fontes Pereira de Melo, vi gente a entrar para o teatro, segui em direção ao Marquês de Pombal. Ziguezaguei entre carros, de
safiei semáforos, desci a Avenida da Liberdade. Olhei para as montras, vi o que nunca poderei ter, mas não é importante. Ao meu lado alguém dorme num banco de jardim. Cheguei aos Restauradores, depois ao Rossio. Desci pela Rua Augusta. Não gosto das iluminações. Têm qualquer coisa de Santos Populares. Não bate certo. Cheguei ao Terreiro do Paço. Simples e lindo. Vi algo a brilhar de forma muito ténue no pavimento. Pirilampos, pensei. Não. São mesmo luzes encastradas no cimento. Disse olá ao rio e voltei para cima. A subir a Rua Augusta de novo, decido que é cedo demais para regressar e subo a Rua da Conceição. Vejo umas escadas e diversifico o treino. Não páro. Chego ao Chiado e contorno a árvore de Natal. A da Praça Camões. Volto a descer ao Rossio, soltando e abrindo a passada, como manda o meu treinador. Agora, até casa, é sempre a subir. Sempre, sempre. Chego de novo ao Campo Pequeno. Os 10 jogadores e os dois suplentes que jogavam futebol de 5 quando parti são os mesmos. Eu dei a volta à cidade. Eles não saíram das 4 linhas.
Dou conta que as crianças, as minhas, estão a crescer. Eu também, mas não no sentido desejado. E mais um Natal à porta. Que venha a família, o bacalhau, o tinto, a lareira e o clarinete do Kenny G, com o seu "The Holiday Album".