terça-feira, 29 de março de 2016

Antípodas


Em Colónia, no dia de regresso, entro no elevador com mais um hóspede.

Ele: Going home?
Eu: Yes, back to Lisbon. Not that far. I bet you’ll face a longer trip.
Ele: Yes. In fact I’m flying to New Zealand.
Eu: New Zealand?! That’s the antipode of Portugal! Could not be more far away! You know you have a famous trail runner in New Zealand, right?
Ele: True?
Eu: Oh yes! Her name’s Anna Frost and she’s one of the best. You should check her.

E pronto. Nunca mais verei o senhor, mas já espalhei “a palavra”.
Tudo isto porque me lembrei do filme HOME da Salomon e desta música que o acompanha.



sexta-feira, 25 de março de 2016

Via Algarviana, em vários atos



A Via Algarviana


Caminhos? Caminhos há muitos!

Este é um projeto há muito adiado, reavivado no Verão passado, em setembro, enquanto palmilhava os trilhos do Trail do Lince e me cruzei com várias marcas do percurso da Via Algarviana.

A Via Algarviana é uma Grande Rota Pedestre que liga Alcoutim ao Cabo de São Vicente, com uma extensão de 300 km e atravessando 11 concelhos do Algarve (Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Tavira, São Brás de Alportel, Loulé, Silves, Monchique, Lagos, Portimão e Vila do Bispo).

A missão que me auto-propus e, como tal, aceitei e abracei fervorosamente, será fazer o percurso de forma faseada, aquando das visitas regulares aos meus pais, no Algarve.

O plano não é muito ambicioso - propus-me concluir dois setores de cada vez, já que a divisão do percurso está adaptada a caminheiros. Como ainda acredito que conseguirei manter um trote ligeiro, poderei completar dois setores em cada dia. Estou certa que terei que rever a estratégia quando chegar ao setor que inicia em Silves e termina lá em cima, em Monchique!

Fora uma dezena de quilómetros que já tive oportunidade de percorrer perto de casa, no concelho de Silves, desconheço o que me espera. A expectativa é grande e vou antecipando o momento da chegada ao extremo Sudoeste deste nosso País, no Cabo de São Vicente, um pouco a Norte da Ponta de Sagres, onde esta aventura terminará - só não sei precisar quando!

Amanhã é o dia "1". Comecarei de manhã cedo em Alcoutim e, se tudo correr bem, terminarei nas Furnazinhas, 38,5 km depois. Contarei com o apoio logístico do meu pai, já que as dificuldades para chegar ao ponto de partida e chegada constituiriam seguramente a maior aventura do dia!

Etimologicamente, o termo "Páscoa" é originário do latim Pascha e deriva do hebraico Pessach/Pesach, que significa "a passagem". Em véspera de dia de Páscoa, espero que a minha passagem pela Via Algarviana seja abençoada!

quarta-feira, 9 de março de 2016

Recordar o Caminho

Santiago, 9 de Março de 2014


Dois anos me separam deste momento. O momento em que, de sorriso aberto, recebi a minha compostelana na Oficina do Peregrino, em Santiago de Compostela. Susannam, Cidadã de Compostela.

Por várias vezes ouvi que o Caminho de Santiago era o caminho da busca do “eu interior”. No meu caso, porque sou teimosa e do “contra”, mais do que pensar, buscar ou tentar encontrar, obriguei-me a não pensar. É necessária muita disciplina para não pensar ao longo de 250 km em 5 dias. Rapidamente nos distraímos e começamos a pensar em algo.

Como nos dizia um dos corrigrinos do grupo que alinhou nesta fabulosa aventura, “é imperativo fazer o caminho - dificilmente teremos tanto tempo para nós próprios como temos ali". E que bem sabe ter tempo nos tempos de hoje!